Porque dessa forma há um fundamento propositivo de mudança interna e exterior, do nosso eu para o mundo e do mundo que há em nosso eu. Não se trata de pieguismo, pois essencialmente a tecitura humana está aderida ao mundo natural e desenvolve-se de forma colaborativa e expansiva a partir deste. Em outras palavras, o desenvolvimento humano é fundamentalmente estratégico; ou seja, não apenas voltado para superação de obstáculos e resolução de problemas, mas, principalmente, como elemento capaz de transigir a própria natureza a partir das suas habilidades criativas. Tais habilidades podem ser estimuladas e reverberadas em diversos níveis de desenvolvimento intelectual, associativo e sentimental, de forma individual e coletiva, de modo a moldá-la a nossa própria vontade.
A estratégia é a base para mudança, algo que libera nossa imaginação e forças não apenas quanto à consecução de tarefas, mas, principalmente, como pode ser observado no crescimento e desenvolvimento do corpo humano, para ascensão ao sucesso (vide artigo anterior para compreender exatamente quê sucesso). Somos todos, existimos em comum a todos; mesmo aqueles que teimam em usar suas e nossas forças para dividir no lugar de habitar e para depredar no lugar de criar e edificar. Nesse último caso, separamos nossa existência humana da sua essência crítica e estratégica, tendo em vista seu caráter autodestrutivo e desumano.
Mas como tocar o coração e evoluir no terreno? Creio que já faz um tempo que argumento sobre intenção, projeção e instinto fundados no conhecer prático. Evolução é necessidade orgânica, algo vital ao equilíbrio natural, cuja essência convida à expansão. Mas é o conhecer que equipa o processo decisório, vertente que preenche nossas escolhas e nosso arbítrio quanto ao certo e o errado; e quanto ao bem e mal. É preciso, então, direcionamento, incentivo, exposição a força motora que abastece a natureza tanto quanto cada um de nós.
Ou seja, o bem é natural; causa e consequência do todo em cada um de nós. Logo, quando falo em mudança, penso em capacitação, no convite para o desenvolvimento de um conhecer crítico, às vezes ofuscado por marcos estruturais de dominação. Vejam, não há nada, nada mesmo, que nos aparte da nossa essência estratégica, mas, infelizmente, por meio da dissimulação e da manipulação, encadeamentos lógicos de convencimento quanto ao contrário são possíveis. Isso parece uma desculpa comum para todos os males que existem no mundo, mas percebam, é exatamente a percepção quanto a naturalidade do mal que leva a tolerância quanto a existência do mal.
Dirigismo!?
Absolutamente, não! Percebam, às vezes até mesmo o não deve ser absoluto, principalmente quando este transigir a essencialidade do desenvolvimento humano. Escolhas são naturais à vontade e ao desenvolvimento, adivinhem, humano! Por isso, minha insistência quanto à estratégia! Vejam, manobras de dissimulação e manipulação são “paraestratégicas” e instáveis; uma verdadeira incoerência mesmo!
Não estou falando aqui da sutileza na evocação de habilidades naturais e do conhecer prático no processo decisório consequente e propositado quando conducente ao sucesso. Como exemplo, convido a leitura do capítulo sobre estratégia da minha tese de doutorado, bem como os capítulos finais sobre a análise da atuação militar brasileira no Haiti no âmbito da “Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH)”, disponível em livro pela editora CRV, na base de teses da Universidade de Brasília (UnB) e no Academia.edu.
Para concluir, proponho mudanças. Do micro ao macro, do individual ao coletivo, da terra ao céu, do bem ao mal, façamos escolhas naturais ao nosso desenvolvimento humano e universal.
Com carinho, Ju (^_~) – 14.07.2024 às 20hs28m