É interessante pensar em projetos e sucesso, dado que são elementos largamente mensuráveis, palpáveis, reconhecidos; até mesmo ao ponto de figurarem no imaginário coletivo por causa da satisfação, dos sentimentos de realização e do convite a projeção de afetos e planos para o futuro. Ou seja, projetos de sucesso conectam passado, presente e futuro, e nos orientam em nosso desenvolvimento pessoal, na edificação de fazeres e nas contribuições e realizações palpáveis que entregamos à sociedade. Indivíduos e coletividades galgam sucesso e, para tal, configuram e aproveitam circunstâncias, elementos do terreno e parcerias.
Todavia, tanto projetos quanto sucesso são fluídos e, como tal, necessitam trabalho, exercício crítico e vigilância constantes, pois não existem na ausência do ser, assim como a estratégia. E o ser, meus amigos, existe a despeito das suas contradições; diferentemente da natureza e seus aprendizados harmônicos, os quais temos dificuldade de aprender e reproduzir.
Logo, apesar das parceiras, dos exemplos e das colaborações, mesmo em ser, estamos passíveis à usurpação, à agressão, à enganação, à dissimulação, à manipulação; ou seja, a tudo aquilo que nos afasta das garantias do desenvolvimento humano e universal e, até mesmo, material. Cadente em paixões, a perspectiva do sucesso nos inspira, nos move a consecução de objetivos, metas e tudo aquilo que planejamos e mesmo sonhamos alçar, mas não há neutralidade em nossas decisões, ainda que inconscientes.
Pareço repetitiva, não é? Mas acreditem, é justamente essa alternância, essa circularidade que naturaliza meios, deveres e tarefas, que naturaliza o exercício da contradição, qual seja a falsa inserção quanto à inevitabilidade disfuncional do coração humano. Isso é um erro! É correto reconhecer que nossas ações também podem ser abastecidas pela volição desenfreada, apartando o coração humano das realizações concretas do seu ser estratégico, capturando o caráter pujante da sua imaginação, criação e regularidade de pensamento e relação harmônicos com a natureza.
Porém, depreciação, desespero e usurpação por si só se esgotam por estarem desconectados dos já mencionados fluxos de inventividade do desenvolvimento estratégico do ser. Enquanto estratégico, o ser trabalha e viabiliza esforços na superação de obstáculos, na proposição incremental e ambiental quanto atitudes, formas, produtos, fazeres e dizeres que reverberam construtivamente na natureza. A essência política, solidária e afetiva do humano tende ao sucesso. O contrário é produto de esforço desumano, já que egoísta, depredador e beligerante; enganosamente enxertados na alternância dual e polar entre os afetos positivos e negativos com os quais todos temos de lidar enquanto estrategicamente crescemos e nos desenvolvemos.
Tudo parece uma ilusão. O parecer é o problema. O parecer às vezes é até administrativa e legalmente transcrito e assumido. A ilusão não é um parecer. A ilusão existe, como tento esclarecer. Não interessa a ilusão ser impeditiva do desenvolvimento, pois deste, uma vez enxertada, se alimenta e reproduz. É preciso, então, compreender que a circularidade e a ambivalência humanas necessitam ser enquanto ser, precisam de afirmação. É por isso que proponho o sucesso. Lidemos com o sucesso tanto quanto lidamos com o desenvolvimento estratégico do nosso ser.
Mas quê sucesso? Se almejamos sucesso, comecemos pela palavra. Em 2016, Débora Aquino, citada por Uchôa, afirmou que a palavra é condutora de pensamento, pensamentos conduzem sentimentos, sentimentos conduzem ações, ações conduzem resultados, todos são suscitados pela gratidão, um sentimento otimista. Sentimentos curam e, também, criam! Sejamos altruístas!
Com carinho, Ju (^_~) – 08.07.2024 às 21hs57m