Nos artigos anteriores procurei mostrar como estruturas conceituais têm raiz na realidade nada conceitual de todos nós. O nada não é o nada. Parece engraçado, não é? Quando percebido de forma racional, o nada nos contém e elaboramos simulações quanto ao nada, ou seja, o nada não é o que nada contém. Isso é relevante porque há certa tendência na contemporaneidade em dissimular e manipular nosso comportamento político-cultural.
Anexo: Youtube – Trailer – “O Homem Bicentenário”.
Por que isso acontece?
Pragmaticamente falando, penso que por causa da necessidade de monopólio e dominação coletivos. Coletividades críticas e histriônicas sempre foram vistas como risco a governabilidade em qualquer sistema político. Sinceramente, seria interessante assistir uma encenação sobre o nada. Haveria o nada insano, o nada risonho, o nada chovinista, o nada sexista, o nada preto, o nada branco, o nada rico, o nada pobre, o nada vazio e o nada esportivo. Puxa, até mesmo as infinidades do nada remetem ao não nada. Cabuloso! Mas, sigamos em frente. Em sendo coisa, será o nada a raiz dos nossos problemas? Se estamos contidos no nada e por isso o nada não é o que nada contém, será possível conter o nada também? Talvez sim!
O nada que o nada contém…
Antes de qualquer repreensão, acredito substancialmente que a coletividade do nada que o nada contém é irrepreensível. Isso por causa da autodeterminação. Até mesmo Estados-Nação são autodetermináveis. Por que, então, duvidar da nossa primeira impressão? Aquela indistinguível, inevitável e sensível articulação entre todos e quaisquer métodos de desenvolvimento: choramos, mamamos, engatinhamos, andamos, sorrimos e amamos!
A primeira grande impressão?
Infelizmente, a que a realidade se restringe a planos estruturais de dissimulação e manipulação. Sinto como estruturais porque são edificáveis e edificados apenas como prerrogativas micro comportamentais e macro legais impostos pelo exercício e domínio do poder, às vezes pelo bem, outras pelo mal.
Fato é que a realidade não se restringe ao espaço humano! Pensemos: se o nada não é o que nada contém e se, igualmente, talvez contenhamos o nada também; resta conhecer o que está além, não é? Em minha sincera opinião, alimentar a inexistência do nada é padecer ante a existência do mal; primeira doutrina: a da dissimulação. Concomitantemente, comportar-se de modo a desconhecer a manipulação é ignorar o bem quanto à existência do nada, marco estrutural da existência do nada aquém; segunda doutrina: a da manipulação.
Mas, então, como resolver essa questão?
Anexo: Youtube – Cena Final – “O Advogado do Diabo”.
Por meio de variadas formas de organização, ora! Sim, variadas porque também são variadas as coletividades. A autodeterminação é algo tácito, presumível. Isso hoje! Porém, nem sempre foi assim! Trata-se de degrau humanitário que precisou ser arduamente conquistado e aprendido singular e coletivamente. Por se autodeterminarem, sociedades constituem diferenciados pactos socioculturais e políticos. Isso as auxilia a manterem-se coesas, integradas e funcionais; nada aquém do nada presumível além.
A garantia de direitos e deveres não deve e não precisa ser imposta. Sob essa perspectiva, parece ser quase inexplicável uma organização como a Organização das Nações Unidas abrigar coletividades tão diferenciadas e, às vezes, até mesmo propensas ao caos. Penso nisso quando observo as inúmeras conflagrações, dissimulações e manipulações em desconformidade parcial ou total a sua inspiração associativa consolidada na Carta e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Esses instrumentos serviram de amparo ao clamor de coletividades francamente destruídas e traumatizadas pelas Guerras Mundiais, primeira e segunda.
Portanto, jogos não são ferramentas meramente instrumentais e racionais para realização de objetivos. Jogos instigam, mas, igualmente, podem apartar o ponderável do insubstituível e isso nunca foi bom! Assim como servir ao caos é sedição, favorecer o aquém é predileção. Haverá conformação, evolução ou retribuição?
Com carinho (^_^) Ju … 08/05/2024 … 22hs17m